terça-feira, 4 de março de 2008

Comunicado de 27/01/2008

A Comissão Política Concelhia (CPC) de Setúbal do CDS/PP vem, por este meio, manifestar o seu aplauso pela decisão recentemente conhecida, tomada pelo Governo, de situar o futuro aeroporto internacional de Lisboa na área do campo de tiro de Alcochete, ocupando parte dos concelhos de Benavente e do Montijo, este situado no distrito de Setúbal. No entanto, esta CPC não deixa de manifestar a sua preocupação e estranheza por não terem sido analisadas exaustivamente, da forma como foi esta hipótese, as outras várias hipóteses aparentemente plausíveis e bastante mais económicas entretanto apresentadas por diferentes entidades, entre as quais o CDS/PP. Não queremos deixar de salientar também a “chicane” política que este governo, como habitualmente, teve que percorrer, confrontado que foi com argumentos irrefutáveis, e depois de ter defendido até à obsessão quase insana a hipótese Ota. Pelo meio ficaram algumas célebres declarações de triste – e até caricata – memória, referentes à então alegada “impossibilidade” de construir um aeroporto desta dimensão na margem sul, declarações essas que pura e simplesmente retiram quaisquer condições de agora integrar o governo a quem então as proferiu.

Esta CPC alerta também todos os cidadãos do concelho para a importância geoestratégica no campo turístico que as nossas localidades poderão passar a ter, situadas que estão em pleno eixo entre o futuro aeroporto, as praias da Arrábida e, principalmente, o grande empreendimento turístico que se está a desenvolver em Troia. É, pois, importante, numa zona bastante debilitada pelas décadas de maus tratos do poder de esquerda, quer local, quer central, que os agentes económicos consigam avaliar com a devida antecipação o potencial de actividade que pode surgir nos próximos anos, e que desde já se preparem para oferecer uma opção de qualidade a quem aterra no nosso distrito.

Infelizmente, e na linha de comportamentos obsessivos que tem sido timbre deste Governo, a boa notícia da escolha da localização do aeroporto tinha que vir “envenenada” por algo destinado a manter, por mais umas décadas, os setubalenses afastados das hipóteses de desenvolvimento que são facultadas a outras populações. Desta vez, essa perversidade governativa consubstanciou-se na insistência, contra todas as evidências, na co-incineração. Com efeito, na sua sanha co-incineradora, o Governo continua a procurar, por todos os meios ao seu alcance, e até de forma aparentemente desleal, ou pelo menos muito mal explicada (e, em política, o que parece geralmente é), viabilizar uma actividade objectivamente delapidadora de um património natural, oferecendo à Secil, de passagem, uma providencial “boleia” para mais umas décadas a produzir cimento e a aprofundar as assustadoras crateras abertas na serra, que nem vários séculos de reflorestação e outras manobras de charme alguma vez recuperarão.

A CPC de Setúbal do CDS-PP

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